O tempo caminha, indelével como sempre em seu soberano escoar, deixando para muitos a sensação de perda por não terem feito o que deveriam fazer. Uma rápida olhada no calendário gregoriano nos mostra que 20% do ano de 2019 já ficou para trás e, como sabemos, águas passadas não movem moinhos. Qual é o resultado efetivo desse período, se é que houve um planejamento estratégico que faça jus ao nome? Como todos deveríamos saber “quem não tem estratégia está condenado à morte”. Isso vale para governos, empresas, famílias e pessoas em seus diversos modos de interação social. Se olharmos para o caso dos governantes e parlamentares eleitos em outubro passado veremos que a maior parte de suas propostas ficou no campo das generalidades e que muitos governantes eleitos ainda permanecem repetindo bordões das campanhas eleitorais. Nesse sentido e em função dos fatos e dados disponíveis, inclusive com tentativas de explicar declarações mal ajambradas ou simplesmente desviar a atenção sobre acontecimentos nada ilibados, fico com a nítida sensação de que muitos são aqueles que estão perdidos no espaço. E aí vale lembrar Lúcio Aneu Sêneca (4 a.C – 65 d.C) ao dizer que “não existe vento favorável a quem não sabe onde deseja ir”. Também é importante saber que os atos impulsivos caminham na contramão da estratégia, caso ela exista. Enquanto escrevo o tempo continua passando. Uma grande festa da cultura brasileira que é o Carnaval já acabou e estamos na quaresma, rumando para o Domingo de Ramos e à Semana Santa, que ensejará mais uma semana de folga para os brasileiros que tem esse direito adquirido. Também pudera, os Poderes da República são independentes e harmoniosos para sempre gerar o necessário equilíbrio previsto constitucionalmente. Partindo do meu modo realista e esperançoso de ser e consciente de que nada é tão ruim que não possa ser piorado, ainda fico na expectativa de que ainda haja um espaço para trabalhar com um sistema estratégico de gestão, com absoluta transparência, sem espaço para as fake news. Ainda que a política e a economia tenham uma relação bi unívoca em seus fazeres, não dá para continuar crescendo a 1,1% ao ano e muito menos fazer da Reforma da Previdência Social um mantra para resolver todas as causas dos problemas advindos do desequilíbrio das contas públicas. Muito menos ainda estabelecer metas malucas para resolver estes mesmos problemas crônicos da União, estados e municípios. Enquanto o tempo continua passando os novos governantes e parlamentares prosseguem queimando o capital político que amealharam há 5 meses e que se reduz rapidamente diante da falta de resultados. Que o digam os 12,7 milhões de desempregados, os 4,7 milhões de desalentados, todas as vítimas da tragédia do rompimento da barragem da mina da Vale em Brumadinho(MG) e as demais vítimas retiradas das proximidades de outras barragens com risco de ruptura. |