Cinco vezes em competição, Kore-Eda, de 55 anos, finalmente levou o "graal" da sétima arte por seu filme "mais social", segundo suas próprias palavras
O consagrado diretor japonês Hirokazu Kore-Eda conquistou neste sábado (19) a Palma de Ouro de Cannes por "Shoplifters", uma crônica familiar onde cada membro esconde seus segredos, em uma disputa que também premiou Spike Lee.
Cinco vezes em competição, Kore-Eda, de 55 anos, finalmente levou o "graal" da sétima arte por seu filme "mais social", segundo suas próprias palavras.
Spike Lee, de volta à Croisette depois de 27 anos, ficou com o segundo prêmio por "BlacKKKlansman", uma história real de um policial afro-americano que se infiltrou na Ku Klux Klan nos anos 1970.
O americano apresentou seu filme como uma mensagem contra o racismo e contra Donald Trump.
Em um festival marcado pelo histórico protesto de mulheres artistas e cineastas pela igualdade na indústria, uma delas, a libanesa Nadine Labaki, recebeu o Prêmio do Júri por "Capharnaüm", sem dúvidas o filme mais comovente da disputa, sobre uma criança e um bebê que sobrevivem nas ruas de Beirute.
Dois atores até agora desconhecidos, o italiano Marcello Fonte e a cazaque Samal Yeslyamova, também foram recompensados por seus respectivos papéis em "Dogman", do italiano Matteo Garrone, e "Ayka", do russo Sergei Dvortsevoy.
A cerimônia de entrega dos prêmios esteve marcada pelas declarações da italiana Asia Argento, uma das atrizes que acusou o produtor Harvey Weinstein de tê-la estuprado.
"Quero prever algo, Harvey Weinstein nunca mais será bem-vindo em Cannes", afirmou a atriz.