Longa faz um recorte da vida da apresentadora durante a década de 1980. "Época em que ela transbordou", comentou a roteirista Carolina Kotscho

Andrea Beltrão se reuniu com a imprensa na manhã desta sexta-feira (8) para falar sobre o filme Hebe — A Estrela do Brasil, do qual é protagonista. Não curiosamente, o encontro com os jornalistas se deu na casa da apresentadora, no bairro do Morumbi, em São Paulo, e na data em que a comunicadora completaria 90 anos, se viva.

O convite para dar vida à uma personagem transgressora, à frente de seu tempo, e que, com um microfone nas mãos não tinha medo de bater boca com políticos, foi para Andrea Beltrão um grande desafio.

Andrea Beltrão na coletiva realizada nesta sexta-feira (8)

Andrea Beltrão na coletiva realizada nesta sexta-feira (8)

Nicolas Calligaro

"É muito difícil representar, fazer um pessoa tão famosa, tão conhecida, tão querida. Quando a roteirista Carolina Kotscho me convidou eu disse para ela: 'Não vou conseguir, você está maluca'. E aí, tem um desafio técnico que eu acho superinteresante: que é manter de alguma maneira a minha presença no filme. Gosto de ver que alguns atores incorporam de fato o personagem de uma maneira alucinante. Para mim não. Acredito numa franqueza de assumir que eu não sou ela. O desafio foi realmente equalizar essas duas pessoas."

O filme, com direção de Maurício Farias, não se trata de uma biografia. Ele traz um recorte da história de Hebe Camargo durante a década de 1980 e, como pano de fundo, faz um retrato dos costumes, da cultura e da política no Brasil pelo olhar da apresentadora. A roteirista Carolina Kotscho explicou o porquê da escolha dessa época.

"Esse período, entre 1982 e 1987, foi quando ela realmente transbordou. Quando Hebe deu entrevistas para o Roda Viva, para a Playboy, para a Veja. As pessoas queriam ouvir o que aquela mulher tinha para dizer. Ela tinha passado 40 anos fazendo perguntas, e naquele momento, ela estava respondendo e também dando opinião, questionando, cobrando", disse Carolina.

No elenco, ainda estão os atores Marco Ricca, Caio Horowicz, Danton Mello, Gabriel Braga Nunes, Danilo Grangheia, Otávio Augusto, Claudia Missura, Karine Telles, e Daniel Boaventura. O filme estreia no dia 15 de agosto.

Claudio Pessutti, sobrinho e então braço direito de Hebe Camargo

Claudio Pessutti, sobrinho e então braço direito de Hebe Camargo

Nicolas Calligaro

À frente também do projeto está Claudio Pessutti, sobrinho e então braço direito de Hebe. Ele, aliás, foi o idealizador do filme. "A ideia é perpetuar a história de vida da Hebe. Muita gente não sabe que ela foi cantora, por exemplo. Uma grande cantora. Ainda é difícil falar meia frase sobre ela e não me emocionar. Porque eu ainda sinto ela comigo o tempo todo."

Quase sete anos após sua morte, Hebe Camargo ganhou recentemente uma exposição inédita no Farol Santander, em São Paulo. Lá, o público pode conhecer parte de um rico acervo pessoal da apresentadora, com roupas, joias, sapatos, fotos. Pessuti disse que após rodar o Brasil inteiro tem a ideia de criar um instituto onde abrigaria todos os bens da apresentadora.

Fonte: diversao.r7.com