As determinações do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) e da Polícia Militar sobre a regularização de 50% dos trios elétricos do carnaval de Belo Horizonte vão deixar o tradicional cortejo do Juventude Bronzeada de fora do carnaval de 2020. Nesta quinta-feira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais negou o pedido de liminar dos 15 blocos que teriam os desfiles prejudicados. Em nota, a organização do 'Juventude se diz ''triste e frustrada''. ''Trabalhamos para regularizar nosso cortejo de acordo com os parâmetros exigidos pela Belotur, pelo Corpo de Bombeiros e BHTrans. Entretanto, a Polícia Militar de MG não foi em nenhuma reunião'', comunicou.


Tradicionalmente saindo da Praça de Lions, o Juventude Bronzeada segue à risca o repertório próprio do bloco e promove uma fusão musical, passando pelo início do axé dos anos 1990 e pelos hits do recente álbum do grupo, lançado para a folia do ano passado. Além da reverência aos sons dos tambores e de outros instrumentos de percussão, o bloco já registrou, em uma música, seu amor pela bebida típica da folia belo-horizontina: o catuçaí – uma mistura de catuaba e creme de açaí –, entoado pelos seguidores ao som de "Drink do amor / Pira, refresca e alimenta". 

Em 2020, portanto, a gente bronzeada, de acordo com a música de Novos Baianos, não vai mostrar seu valor pelas ruas do Bairro Floresta.

Entenda o caso
 

Depois de entrevista coletiva concedida pelas autoridades de segurança público do Estado, nessa quarta (19), sessentea e seis blocos de rua de Belo Horizonte emitiram uma nota em que se indignam com as exigências do governo de Minas. Os blocos pontuam que o carnaval está em risco. "Arbritariedade do governo do Estado impede carnaval de BH", diz a nota. Para os blocos, as exigências apresentadas pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e pelo Detran-MG, são meramente formais e administrativas: a alteração da categoria nos documentos dos veículos para trio elétrico.
 
As autoridades, porém, alegam que os problemas vão desde falta de licenciamento do veículo ao não cumprimento da legislação federal, que determina a circulação de trios elétricos. 

A advogada de blocos da cidade Laura Diniz Mesquita afirma que é impossível regularizar a tempo e que os blocos atenderam às solicitações sobre segurança determinadas pela prefeitura, sendo que a maior parte foi aprovada pelos bombeiros. Alô Abacaxi, Pisa na Fulô, Garotas Solteiras e Tchanzinho Zona Norte podem ter dificuldade para sair ou podem ter o cortejo cancelado a qualquer momento.