Um dos blocos mais tradicionais de Belo Horizonte, o 'Chama o Síndico' adotou tom crítico contra o preconceito e as desigualdades sociais e fez duras críticas ao governador Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro durante o desfile deste domingo, na avenida do Contorno, no Centro de Belo Horizonte. 


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Do trio, os cantores também puxaram coro contra o presidente da República: "Doutor, eu não me engano. Bolsonaro é miliciano".


Vocalista do bloco que reproduz sucessos de Tim Maia e Jorge Ben Jor, Jhe discursou sobre os problemas da educação no estado: "Nossas crianças não merecem ficar sem aula. É preciso que os professores sejam remunerados da forma como merecem, pois eles dão duro todos os dias".


A cantora aproveitou para pregar o respeito a todos os seguimentos da sociedade: "Todos merecem ser muito bem tratados: negros, bichas, mulheres, índios...". O bloco também fez menção a Zumbi dos Palmares, Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, e Maria da Penha, ativista em defesa do direito das mulheres.

O 'Chama o Síndico' ainda destacou a luta de inclusão das pessoas com deficiência. Na dianteira do bloco, vários cadeirantes desfilaram e reinvindicaram por direitos.


Foliões também criticaram a gestão do atual governador e exibiram uma longa faixa com a mensagem: "Carnaval não é caso de polícia... #ForaZema". Nos momentos em que a faixa era estendida, o público saudava com palmas. Integrantes do bloco também criticaram o governo estadual por não dar suporte para realização do evento, embora tenham feito elogios à Belotur, órgão da Prefeitura de Belo Horizonte.