Com a aprovação de um requerimento de convocação do ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman e do atual Eduardo Bartolomeo, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado para apurar as causas do rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), foi instalada nesta quarta-feira (13).
A senadora Rose de Freitas (Pode-ES) e os senadores Raldolfe Rodrigues (Rede- AP) e Carlos Viana (PSB-MG) foram eleitos, respectivamente, presidente, vice-presidente e relator do colegiado.
Na próxima reunião da CPI, marcada para terça-feira (19), às 9h, o relator apresentará um cronograma de trabalho, que deverá incluir diligências em até dez barragens que apresentam maior situação de risco. A primeira a ser visitada, por sugestão do senador Randolfe Rodrigues, deverá ser a de Congonhas (MG).
"É preciso investigar e dar resposta à sociedade, sobretudo ao povo de Minas [Gerais], que anseia pela investigação e punição, não só no que se refere à Vale, mas aos homens da empresa e do governo de Minas que favoreceram a instalação da barragem. O Rio Paraopeba está praticamente sem oxigênio, está morto, e pode continuar assim por 30 anos. Temos que impedir que novas tragédias aconteçam em um setor importante para o país, mas que não pode se autorregular", disse o senador.
Com 180 dias de funcionamento, o objetivo principal da CPI é aperfeiçoar a legislação para evitar novas tragédias envolvendo barragens.
Membros
Integram a CPI de Brumadinho os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Carlos Viana (PSD-MG) Roberto Rocha (PSDB-MA), Dário Berger (MDB-SC), Márcio Bittar (MDB-AC), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (PSB-GO), Telmário Mota (Pros-RR), Jean Paul Prates (PT-RN), Wellington Fagundes (PR-MT), Selma Arruda (PSL-MT), Rose de Freitas (Pode-ES) e Leila Barros (PSB-DF).
Histórico
A CPI do Senado para investigar a tragédia ocorre depois do fracasso nas negociações para instalação de uma CPI conjunta com Câmara dos Deputados. Segundo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), os líderes na Câmara não indicaram nomes para integrar a comissão de investigação.
"Tentamos diálogo com a Câmara para que fosse constituída uma comissão mista. O compromisso assumido com líderes e senadores, que querem exercer seu papel fiscalizador, está sendo cumprido", disse, acrescentando que o prazo dado aos deputados foi 11 de março.