CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - A maior cachoeira de Mato Grosso do Sul, chamada de Boca da Onça, secou há um mês. A vazão de água é nula e está ligada à falta de chuvas na região de Bonito (MS).

A Boca da Onça tem 156 metros de altura e fica a 56 quilômetros de Bonito. Ela é a principal cachoeira em meio a outras cujo acesso ocorre por meio de trilhas da cidade de Bodoquena.


O cenário paradisíaco e as atrações na natureza atraem cerca de 200 visitantes por dia e 40 mil ao ano. Quem conta é o gerente de turismo Cristiano Godinho, da Boca da Onça Ecotur.


Ele lembra que nas redondezas há diversas trilhas, cânions, lagos e muitas cachoeiras, com formações únicas, além de atividades e esportes radicais, como o maior rapel de plataforma do Brasil, diz, com 90 metros de altura.


Apesar da seca, Godinho afirma que o turismo continua em alta, pois a única cachoeira a secar, por enquanto, foi a Boca da Onça. "A região inteira tá assim, sem água. A Boca da Onça começou a secar no dia 28 de julho."


Segundo ele, a medição de chuva atual é a menor em quatro anos. "Estamos com atraso de chuva neste ano, um problema na região toda", aponta.


A estiagem é confirmada pelo meteorologista Vinicius Sperling, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul.


Ele aponta que a região está há um bom tempo com chuvas abaixo da média. "Os dados mostram que estamos desde 2019 abaixo da média climatológica, ou seja, na menor média histórica de chuvas desde então."


O meteorologista destaca que, mesmo com as fortes chuvas de agosto, os rios não encheram o suficiente para elevar os reservatórios e dar vazão às cachoeiras. Isso porque maio, junho e julho apresentaram situação de seca, segundo a Agencia Nacional de Água.


"As excessivas chuvas de agosto não mudam o cenário de longo prazo, o que influenciou na cachoeira", diz Sperling.


A estiagem tem a ver com o fenômeno La Niña. "As mudanças no oceano, a circulação de ventos, a redistribuição de energia, tudo influencia nas chuvas", afirma o meteorologista.


A expectativa é que o outubro volte a elevar as chuvas e que a Boca da Onça retome sua vazão. Enquanto isso, o turismo encontra alternativas. "Temos várias trilhas que levam a outros pontos de banho e visitação", reforça o gerente de Turismo.