Decreto assinado por Temer prevê que as Forças Armadas assumirão o controle da segurança pública no Rio até 31 de dezembro


O ministro da Justiça, Torquato Jardim, marcou uma reunião com os secretários de Segurança Pública de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo para a próxima quinta-feira, 22. O encontro foi pedido pelo secretário de Segurança de Minas, Sérgio Barboza Menezes, que manifestou a preocupação dos três Estados com os efeitos colaterais do decreto de intervenção no Rio de Janeiro, assinado nesta sexta-feira pelo presidente Michel Temer.

Torquato informou que os secretários estão apreensivos com a possibilidade de fuga de criminosos do Rio para Estados vizinhos e solicitaram a reunião justamente para abordar o problema, com o objetivo de saber quais medidas preventivas podem ser tomadas.

O decreto assinado por Temer prevê que as Forças Armadas assumirão o controle da segurança pública no Rio até 31 de dezembro. "O crime organizado é uma metástase que se espalha pelo País", afirmou o presidente.

Oposição

A medida foi criticada pela oposição no Congresso. "A intervenção anunciada (...) pode ser um perigoso passo para a consolidação e o aprofundamento de um estado de exceção no Brasil", escreveram a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e os líderes do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias, em nota divulgada na noite desta sexta.

Para os petistas, o governo não está preocupado com a segurança da população, "mas apenas com sua sobrevivência política". Gleisi, Pimenta e Lindbergh argumentaram, ainda, que a intervenção foi feita para "contornar dificuldades políticas do governo Temer", que enfrenta baixíssima popularidade e muitos obstáculos para aprovar a reforma da Previdência. Com informações do Estadão Conteúdo.