A Prefeitura de São Paulo, a Cruz Vermelha e a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos informaram nesta quinta-feira (3) que há doações “mais do que suficientes” para atender aos moradores do prédio que desmoronou após um incêndio de grandes proporções no Centro da capital paulista.
Na madrugada de terça-feira (1), o edifício Wilton Paes de Almeida, localizado no Largo do Paissandu, pegou fogo e desabou. O prédio do governo federal, que já abrigou as sedes da Polícia Federal e do INSS, estava abandonado e foi ocupado por 372 pessoas.
Após o acidente, a SMADS disponibilizou os CTAs e fechou uma parceria com a Cruz Vermelha, em uma campanha para doação de água e roupas. A entidade humanitária informou que recebeu 5 toneladas de doações nas primeiras 24 horas da campanha, e que esta quantidade já era suficiente para atender aos desabrigados.
“Em menos de 24 horas do incêndio recebemos 5 toneladas de doação, um volume maior do que o suficiente para atender a todos”, disse Tiago Seballo, porta-voz da Cruz Vermelha. “Agora precisamos de voluntários para triagem do que recebemos – separar as peças em infantil, adulto, masculino, feminino, calça e camisa. Pedimos água e roupas porque os desabrigados não têm mais a estrutura de uma cozinha para preparar os alimentos”, acrescentou.
A solidariedade da população continuou se manifestando e a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos ficou tão lotada de doações, que solicita que os mantimentos sejam entregues em outros locais. “Não cabe mais nada dentro da paróquia”, disse o padre Reni dos Santos.
Segundo o pároco, a Igreja da Consolação e o Viaduto Pedroso, para onde parte dos desabrigados foi levada, também estão recebendo donativos. “Peço que levem para lá também. Aqui está cheio e não precisa trazer mais”, orientou.
Abrigos à disposição
Com a missão de levar as doações da Cruz Vermelha para os desabrigados, a Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social diz que elas têm chegado ao seu destino.
“Temos recebido muitas doações de todos os lados possíveis e imagináveis, inclusive de outros municípios e com a atuação da sociedade civil no próprio local. Essas doações ficam nos abrigos, mas também temos duas tendas com nossas equipes para atendimento 24 horas no Paissandu”, explica o secretário Filipe Sabará.
“O problema agora tem sido convencer as pessoas a ir para os centros de acolhimento. Alguns movimentos politizados pressionam e ameaçam os desabrigados para que permaneçam na praça, argumentando que ficarão sem moradia fixa”, continuou. “Não é verdade. Todos os cadastrados receberão locação social da Secretaria da Habitação e ninguém perderá qualquer benefício”, garante Sabará.
Alguns moradores se recusaram a ir para os abrigos e seguiam no Largo do Paissandu nesta quinta-feira. Eles insistem no desejo de uma moradia fixa e temem que o auxílio temporário da Prefeitura seja um empecilho para alcançar o objetivo.
* Com supervisão de Cíntia Acayaba