Colaboração para o UOL, em Natal
Cerca de 200 policiais civis foram à Delegacia Geral do Rio Grande do Norte, na manhã desta quarta-feira (3), se entregar para serem presos por se recusarem a trabalhar. Os agentes usavam algemas nos punhos e alguns estavam vestidos com roupas semelhantes às de um presidiário.
Ao fim da manhã, um grupo de policiais foi recebido pela delegada-geral, Adriana Shirley. Não houve qualquer prisão. Ficou acertada uma nova reunião na tarde de hoje com a secretária de Segurança Pública do RN, Sheila Freitas.
Em assembleia nessa terça-feira (2), os policiais decidiram manter a paralisação dos serviços por conta do atraso dos salários e falta de estrutura de trabalho. A apresentação para prisão nesta manhã ocorreu por conta da decisão judicial do desembargador Cláudio Santos, que determinou a prisão em flagrante de civis e militares que se recusarem a trabalhar.
"A gente está aqui para que cumpram a voz de prisão. A gente sabe da decisão, mas a gente está impossibilitado de cumprir porque sem salário a gente não consegue nem se alimentar. Como o Estado não cumpre a parte dele com os servidores, viemos aqui para que o Estado cumpra a decisão judicial e nos prenda", explicou o presidente o Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte, Nilton Arruda.
Os policiais civis estão sem receber os salários de novembro e o 13°. Eles estão, junto com os militares, em uma espécie de operação padrão para reivindicar os salários e melhores condições de trabalho. Apenas flagrantes estão sendo realizados. Para o retorno, porém, eles exigem basicamente o pagamento dos atrasados.
Entre os problemas da corporação, diz Nilton, está a falta de informatização dos sistemas para investigação. "É imprescindível isso, a polícia não investiu em tecnologia, há uma grande dificuldade", relata.
Segundo ele, além da estrutura precária, a Polícia Civil sofre com a falta de efetivo. Hoje seriam 1.300 homens, quando a necessidade seria de 5.000.