SANTOS
A suspeita é de maus-tratos. Para o governo federal, o impasse gera 'mais prejuízos' aos animais
Santos. Mais de 25 mil cabeças de gado permaneciam na sexta-feira (2), havia mais de 48 horas a bordo de um navio retido pela Marinha por ordem da Justiça Federal, no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, por suspeita de maus-tratos. Para o governo federal, o impasse gera “mais prejuízos” aos animais.
Entre 26 e 31 de janeiro, o cais do Ecoporto, na Margem Direita do complexo portuário, recebeu os animais criados em fazendas no interior do estado, distantes 500 km do litoral. Os animais foram comprados pela Turquia e a operação de embarque no navio Nada, o maior do tipo, teve que ser suspensa.
Trata-se da segunda operação com carga viva no Porto de Santos após 20 anos. Desde o início dos trabalhos, ativistas ligados à proteção animal alegam que os bois são vítimas de maus-tratos. A prefeitura multou a Minerva Foods, responsável pelos animais, em R$ 1,5 milhão e, depois, em R$ 2 milhões.
Em três decisões judiciais, duas em esfera estadual e uma em federal, determinou-se a suspensão do embarque (faltavam cerca de 2.000 bois), o desembarque dos animais já a bordo e a inspeção sanitária no navio. A fiscalização foi feita, mas o relatório não havia sido divulgado. A Minerva recorreu da suspensão do embarque dos animais faltantes, mas, na sexta-feira, a Justiça Estadual manteve a decisão. O impasse permanece sobre a retirada dos animais que já estão no navio.