Considerando as prisões irregulares em decorrência de reconhecimentos fotográficos equivocados realizados em delegacias brasileiras, 81% das vítimas são negras, mostra um levantamento feito pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) e pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais.

De 2012 a 2020, segundo o estudo, 90 pessoas foram presas injustamente por conta do método de reconhecimento fotográfico. 73 casos aconteceram no estado do Rio de Janeiro.

O número, de acordo com os defensores, evidencia o racismo estrutural no país. "Nós defendemos que o reconhecimento fotográfico, por si só, não pode gerar prisão preventiva ou condenação criminal. Porque um procedimento feito de maneira irresponsável, sem confiabilidade, de uma forma ilegal, tem um potencial enorme de gerar falsas memórias no reconhecedor, o que pode acarretar graves injustiças, como os casos que têm sido frequentemente divulgados na mídia", afirmou Isabel Schprejer, defensora e subprocuradora de Defesa Criminal da DPRJ.