Depois da renúncia coletiva de 52 pesquisadores ligados à Capes na última segunda-feira (29), nesta quarta (1) mais 28 fizeram o mesmo.  Com isso, já são 80 os pesquisadores que renunciaram. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior) é um órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pela pós-graduação no país.

Na carta de renúncia, os três coordenadores de química e os 25 consultores criticam a falta de compromisso com a avaliação quadrienal por parte da Capes: "Estamos no final de 2021 e não se conhece nenhuma ação da Capes no sentido de discutir e elaborar o Plano Nacional de Pós-Graduação 2021-2030".

Eles acusam a presidenta da Capes, a bolsonarista Cláudia Mansani Queda de Toledo, de criar enorme instabilidade: "Entendemos que a avaliação quadrienal deve ser finalizada pelas atuais coordenações e consultores, mas, até o momento, não vemos por parte da presidência, quando indagada, nenhuma declaração de maneira inequívoca sobre a extensão dos mandatos dos atuais coordenadores, visando não deixar essa imensa lacuna aberta."

Os profissionais também criticam a rapidez e empenho no procedimento para abertura de novos cursos de pós-graduação sem que a avaliação quadrienal tenha sido finalizada. Esse processo é chamado de APCN (Apresentação de Propostas de Cursos Novos), segundo a Folha de S.Paulo: "Passamos por vários governos, vários presidentes e diretores de avaliação. Nem sempre foi fácil, mas sempre tivemos pleno apoio e muito diálogo para que pudéssemos discutir e aprender muito".