BRASÍLIA - A Justiça Federal decidiu nesta quinta-feira (20/11) manter a prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, ocorrida na última terça-feira (18/11) no âmbito da Operação Compliance Zero, que investiga suspeitas de fraude no sistema bancário. A informação é do portal "g1".

A desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), negou um pedido de habeas corpus da defesa. O requerimento ainda deve passar pelo plenário do TRF1.

No documento, a defesa de Vorcaro afirma que não há necessidade de manter o empresário pelo fato de ter sido decretada a liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central (BC).

Além disso, foi anexado um comprovante de que o banqueiro teria uma reunião com investidores que comprariam o Master, em Dubai, o que justificaria a viagem que faria ao exterior no momento em que foi preso. Para os investigadores, Vorcaro estaria tentando fugir do país.

Os advogados ainda apontam que o dono do Master tem esposa e filho no Brasil residentes no Brasil, o que não sustentaria o argumento de fuga. E apontam que o banqueiro está proibido pela Justiça de gerir qualquer fundo ou instituição financeira.

Daniel Vorcaro e outros seis presos pela Operação Compliance Zero estão detidos na carceragem da Superintendência da PF em São Paulo. Os investigados podem responder por gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa

Vorcaro foi preso pela PF em São Paulo por suspeitas de que poderia deixar o país para evitar a prisão. O empresário se preparava para embarcar num voo para o exterior.

As investigações tiveram início em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para investigar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Tais títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada. A PF informou que estão sendo investigados os crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.  

Com isso, o Banco Central colocou o Banco Master sob regime de administração especial temporária por 120 dias e decretou a liquidação do grupo. O Master enfrentava problemas de liquidez para honrar seus compromissos. Os negócios do banco viraram alvo da investigação da Polícia Federal por suspeita de irregularidades. 

Em setembro, o BC rejeitou a compra do Master pelo BRB, banco estatal do governo do Distrito Federal, em uma transação que englobava R$ 23 bilhões em ativos. A autoridade monetária considerou o risco de sucessão como uma das razões para barrar a operação. Se concretizada a compra, o BRB precisaria assumir todas as operações do Master e poderia não ter patrimônio suficiente para fazer frente ao risco.