O ataque seria um confronto entre facções criminosas da região
Por:Renato Souza - Correio Braziliense
Pelo menos 14 pessoas morreram durante um ataque a tiros, na madrugada deste sábado (27), em Fortaleza. O fato aconteceu no bairro Cajazeiras durante a festa na boate conhecida como Forró do Gago.
A chacina teria acontecido por um conflito entre facções criminosas no estado. Homens armados divididos em três carros chegaram ao local e dispararam tiros contra os presentes. Quem estava do lado de fora da casa de festas também foi atingido.
Dos 14 mortos, a Polícia Militar de Fortaleza já identificou sete pessoas. Também há informações de 6 pessoas feridas que estão internadas em hospitais da cidade, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Entre as vítimas fatais estão um motorista do Uber e uma vendedora de salgados que estavam em frente o estabelecimento. O filho do motorista, um menino de 12 anos, foi baleado na perna. Ele estava com o pai, que levou um tiro na cabeça, quando estavam no lado de fora da boate.
Testemunhas afirmam que a chacina foi realizada por integrantes de uma facção criminosa que teve origem no Rio de Janeiro. O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, afirmou que "prefere não apontar essa hipótese no momento".
Testemunhas
*Ricardo, um estudante universitário que mora próximo ao local da tragédia, contou ao Correio, que o crime organizado está assumindo o controle da região. “Todos que moram aqui já sabem da atuação do PCC e do Comando Vermelho. Eles já se enfrentaram em outros casos e agora promoveram essa tragédia. O governo tenta minimizar o problema, mas o crime organizado está ganhando espaço a cada dia”, contou.
O secretário André Costa comparou o caso aos atentados terroristas que ocorrem pelo mundo. "São eventos isolados, que ocorrem no mundo todo, casos com 50 mortes, 60 mortes. São ações planejadas, que em alguns casos, com o trabalho da Inteligência da polícia, nós conseguimos evitar e não são noticiados. Nesse caso, infelizmente, nós não conseguimos evitar."
André afirmou que "a polícia está nas ruas e vai dar a resposta que a sociedade merece, e não tem risco de novos atentados".
Essa já é considerada a maior chacina do estado. Em 2015, 11 pessoas foram mortas na chamada Chacina de Messejana, que teria tido envolvimento de mais de 40 policiais.