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Em entrevista na TV 247 na noite deste sábado (9), o professor da USP comenta que muitas pessoas são enganadas pelas fake news sobre o tema, e acabam acreditando na eficácia desses medicamentos. Ele tenta explicar por que a classe médica também adrere ao discurso. “Por que os médicos estão acreditando nisso? Eu vou colocar algumas razões: primeiro medo de morrer e de perder seus entes queridos, por estarem pressionados; vantagem econômica; e a terceira e última razão, infelizmente, é que, se a instituição está me pressionando, ou se o paciente está me forçando, quem sou eu? Vai que eu não dou o kit precoce e o cara morre”.
Ao comentar o segundo tópico, da vantagem financeira, acrescentou: “Não foi só o Alexandre Garcia que ganhou dinheiro com a Covid contando fake news. Não. Aliás, eu tenho que discutir com alguns pacientes meus que vêm conversar sobre kit precoce. ‘Mas o Alexandre Garcia falou que tinha que dar esse remédio’. Eu falo ‘é, mas eu não concordo’. 'Então, mas o senhor pode dar uma olhada nos meus exames?’. Eu falo: ‘então o senhor fale com o doutor Alexandre Garcia, porque o senhor deve confiar mais nele’”.
A infectologista Ceuci Nunes, membra da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia na Bahia, que também participou do programa, acrescentou à fala de Caramelli mais um motivo para a classe médica aderir ao discurso negacionista: “eu acho que é questão ideológica também”. “Porque existe médico, bem formado, que até então acreditava na ciência, e por ideologia e apoio ao governo Bolsonaro, adotam essa posição. Isso eu também não tenho nenhuma dúvida. Que uma parte desses médicos é por ideologia”, afirmou.
‘Autonomia médica’
Bruno Caramelli explicou ainda que há uma distorção do uso da expressão “autonomia médica” pelo Conselho Federal de Medicina para autorizar médicos a receitarem a hidroxicloroquina. É um “discurso invertido, para enganar”, criado pela entidade para “autorizar e referendar o erro médico e prejudicar o paciente”, disse.
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Em entrevista na TV 247 na noite deste sábado (9), o professor da USP comenta que muitas pessoas são enganadas pelas fake news sobre o tema, e acabam acreditando na eficácia desses medicamentos. Ele tenta explicar por que a classe médica também adrere ao discurso. “Por que os médicos estão acreditando nisso? Eu vou colocar algumas razões: primeiro medo de morrer e de perder seus entes queridos, por estarem pressionados; vantagem econômica; e a terceira e última razão, infelizmente, é que, se a instituição está me pressionando, ou se o paciente está me forçando, quem sou eu? Vai que eu não dou o kit precoce e o cara morre”.
Ao comentar o segundo tópico, da vantagem financeira, acrescentou: “Não foi só o Alexandre Garcia que ganhou dinheiro com a Covid contando fake news. Não. Aliás, eu tenho que discutir com alguns pacientes meus que vêm conversar sobre kit precoce. ‘Mas o Alexandre Garcia falou que tinha que dar esse remédio’. Eu falo ‘é, mas eu não concordo’. 'Então, mas o senhor pode dar uma olhada nos meus exames?’. Eu falo: ‘então o senhor fale com o doutor Alexandre Garcia, porque o senhor deve confiar mais nele’”.
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Bruno Caramelli explicou ainda que há uma distorção do uso da expressão “autonomia médica” pelo Conselho Federal de Medicina para autorizar médicos a receitarem a hidroxicloroquina. É um “discurso invertido, para enganar”, criado pela entidade para “autorizar e referendar o erro médico e prejudicar o paciente”, disse.