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A verdade é que a composição de Francisco Manuel da Silva, de 1831, não difere, sob a estrutura musical, da maior parte dos hinos, tendo sido concebida de acordo com o padrão do estilo romântico. É uma marcha, como tantas outras eram produzidas na época e incorporadas aos símbolos nacionais.
A música começou a ser criada em 1822, para celebrar a Independência, tendo sido alterada nove anos depois para comemorar a abdicação de dom Pedro 1º. Tempos depois da Proclamação da República, até tentaram conceber um hino inédito, mas a população já estava acostumada com a melodia de Manuel da Silva.
O hino, porém, demoraria para ganhar uma letra. Em 1906, o escritor Coelho Neto passou a defender a promoção de um concurso para instituir uma letra definitiva que pudesse expressar as novas ambições do Brasil republicano. Osório Duque Estrada, amigo de Olavo Bilac, venceu a disputa dois anos depois.
"Lábaro" –bandeira–, "clava" –arma primitiva de guerra–, "penhor" –garantia–, são muitas as palavras difíceis do hino. Outras nem sequer são usadas nos tempos atuais.
A complexidade da letra pode ser hoje excludente, mas respeitava o estilo da época, o parnasianismo, segundo o qual a literatura deveria servir à forma, com o emprego de um vocabulário empolado e inversões na frase, assim como o hino do Brasil se inicia.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ De um povo heroico, o brado retumbante", numa ordem mais direta, seria: "As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico".
Existe uma variedade de marchas –da nupcial à fúnebre, há para todo gosto e ocasião. Para ser exato, o principal elemento da composição que indica a natureza da marcha é o próprio título. Antes de ser decretado, em 1922, como hino do país, Manuel da Silva chamou a música de "Marcha Triunfal". O ritmo ribombante e a letra ufanista cumprem o papel de exaltar a natureza e a grandiosidade do Brasil.
CONHEÇA A LETRA DE OUTROS HINOS
1. França
Composta pelo oficial Joseph Rouget de Lisle em 1792, "A Marselhesa" é sempre reconhecida como o hino mais bonito nas competições esportivas. Quando a seleção francesa joga no Stade de France, em Saint-Denis, o canto da torcida, envolta por bandeirolas em azul, branco e vermelho, chega a emocionar mesmo os estrangeiros. Além da bela melodia, chama a atenção a força da letra. "Avante, filhos da pátria/ O dia da glória chegou/ Contra nós a tirania/ O estandarte ensanguentado se ergueu."
2. Alemanha
O hino da Alemanha é simplesmente uma peça central na obra de um dos maiores compositores do período clássico, o austríaco Joseph Haydn (1732-1809). Ele escreveu 83 quartetos de cordas, formação instrumental comum naquele tempo. O segundo movimento do terceiro deles, consagrado ao imperador Francisco 2º da Áustria foi adotado pela Alemanha como hino, com letra de August Henrich Hoffmann von Fallersleben.
Ao contrário das marchas, aqui o importante é a melodia, que fica na cabeça e não sai mais. Todo compositor clássico era um superprodutor de melodias, todas agradáveis, como a exigência do período. Nesse sentido, muitas pessoas preferem Haydn a Mozart.
3. Japão
O hino do Japão, "Kimigayo", tem a letra mais antiga de todas, sendo um dos mais curtos executados atualmente. A letra surge ainda no período Heian (794-1185), sendo baseada no poema "waka", e foi entoada numa melodia do período imperial. Depois, em 1880, surgiu a atual, bela e transcendental, com a escala pentatônica japonesa.
4. Senegal
Solar e gracioso, o hino de Senegal se chama "Pincez Tous Vos Koras, Frappez Les Balafons" -ou "Todos Toquem Suas Corás, Batam seus Balafons"- e foi composto por Herbert Pepper em 1960. Poeta e primeiro presidente do país, Lépold Sédar Senghor escreveu a letra. O título do hino senegalês menciona dois instrumentos típicos da música africana.
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A verdade é que a composição de Francisco Manuel da Silva, de 1831, não difere, sob a estrutura musical, da maior parte dos hinos, tendo sido concebida de acordo com o padrão do estilo romântico. É uma marcha, como tantas outras eram produzidas na época e incorporadas aos símbolos nacionais.
A música começou a ser criada em 1822, para celebrar a Independência, tendo sido alterada nove anos depois para comemorar a abdicação de dom Pedro 1º. Tempos depois da Proclamação da República, até tentaram conceber um hino inédito, mas a população já estava acostumada com a melodia de Manuel da Silva.
O hino, porém, demoraria para ganhar uma letra. Em 1906, o escritor Coelho Neto passou a defender a promoção de um concurso para instituir uma letra definitiva que pudesse expressar as novas ambições do Brasil republicano. Osório Duque Estrada, amigo de Olavo Bilac, venceu a disputa dois anos depois.
"Lábaro" –bandeira–, "clava" –arma primitiva de guerra–, "penhor" –garantia–, são muitas as palavras difíceis do hino. Outras nem sequer são usadas nos tempos atuais.
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"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ De um povo heroico, o brado retumbante", numa ordem mais direta, seria: "As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico".
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CONHEÇA A LETRA DE OUTROS HINOS
1. França
Composta pelo oficial Joseph Rouget de Lisle em 1792, "A Marselhesa" é sempre reconhecida como o hino mais bonito nas competições esportivas. Quando a seleção francesa joga no Stade de France, em Saint-Denis, o canto da torcida, envolta por bandeirolas em azul, branco e vermelho, chega a emocionar mesmo os estrangeiros. Além da bela melodia, chama a atenção a força da letra. "Avante, filhos da pátria/ O dia da glória chegou/ Contra nós a tirania/ O estandarte ensanguentado se ergueu."
2. Alemanha
O hino da Alemanha é simplesmente uma peça central na obra de um dos maiores compositores do período clássico, o austríaco Joseph Haydn (1732-1809). Ele escreveu 83 quartetos de cordas, formação instrumental comum naquele tempo. O segundo movimento do terceiro deles, consagrado ao imperador Francisco 2º da Áustria foi adotado pela Alemanha como hino, com letra de August Henrich Hoffmann von Fallersleben.
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3. Japão
O hino do Japão, "Kimigayo", tem a letra mais antiga de todas, sendo um dos mais curtos executados atualmente. A letra surge ainda no período Heian (794-1185), sendo baseada no poema "waka", e foi entoada numa melodia do período imperial. Depois, em 1880, surgiu a atual, bela e transcendental, com a escala pentatônica japonesa.
4. Senegal
Solar e gracioso, o hino de Senegal se chama "Pincez Tous Vos Koras, Frappez Les Balafons" -ou "Todos Toquem Suas Corás, Batam seus Balafons"- e foi composto por Herbert Pepper em 1960. Poeta e primeiro presidente do país, Lépold Sédar Senghor escreveu a letra. O título do hino senegalês menciona dois instrumentos típicos da música africana.