POLÊMICA

O vocalista e guitarrista da banda Raimundos, Digão, provocou forte repercussão nas redes sociais ao publicar, nesse domingo (29/6), uma mensagem polêmica sobre a morte da brasileira Juliana Marins, que caiu em um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Horas depois, ele fez nova postagem, usando a morte da jovem de 26 anos para criticar o governo do presidente Lula (PT). 

Na imagem divulgada por Digão, aparece uma mochila que supostamente pertencia à jovem. No acessório, há um broche com a frase "Ele não", em referência ao movimento que surgiu durante as eleições de 2018 contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL). "Quando o mundo dá a volta, não adianta chorar e fingir surpresa. #ELESIM mandou o foda-s* pra vocês!", escreveu o roqueiro.

A declaração gerou uma onda de críticas e revolta. No X, diversos usuários condenaram a atitude do músico. "O Digão dos Raimundos é um ser deplorável", escreveu um internauta. "Bolsonarista Digão, da banda Raimundos, atacou Juliana Marins, vítima de um acidente fatal em um vulcão na Indonésia. Um verdadeiro canalha! Lixo humano”, comentou outro. 

Horas depois, Digão fez uma nova postagem. Ele divulgou uma notícia nos stories dizendo que o jogador Alexandre Pato custeou as passagens dos familiares e a prefeitura de Niterói ficou responsável pelo translado do corpo de Juliana. “Enquanto a esquerda tenta me cancelar pra passar pano para o descaso desse desgoverno, eu bato palmas pra Prefeitura de Niterói e para o jogador Pato que está [sic] ajudando a família da Juliana”, escreveu. 

Vale lembrar que o governo federal se colocou à disposição para arcar com os custos da repatriação do corpo da jovem. No entanto, a família optou por aceitar o apoio oferecido pela Prefeitura de Niterói, em função do vínculo afetivo de Juliana com a cidade.

Juliana Marins desapareceu no sábado, 21 de junho, após se separar do grupo com o qual fazia uma trilha no vulcão Rinjani. Segundo relatos, ela caiu em um penhasco e ficou desaparecida por dois dias. Imagens captadas por drone na segunda-feira seguinte mostraram o corpo de Juliana, aparentemente sem vida, a 500 metros abaixo do ponto da trilha.

A família da jovem se mobilizou nas redes sociais para pressionar as autoridades locais a acelerarem o resgate. No entanto, as condições geográficas e climáticas dificultaram os trabalhos, que levaram cerca de quatro dias para que o corpo fosse içado até o topo, a aproximadamente 650 metros de altura.

A morte foi confirmada na terça-feira, por meio de uma publicação nas redes sociais feita pelos familiares. Equipes de resgate chegaram a montar um acampamento próximo ao local para facilitar a operação.