Hoje, 7 de abril, é celebrado o dia do jornalista, data criada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para homenagear o jornalista Giovanni Battista Libero Badaró. Neste dia, é importante lembrar quais são os desafios diários da mulher no jornalismo.

Mulheres ainda são minoria no jornalismo brasileiro

Apesar de se ver mulheres ocupando cargos de repórteres, assessoras de imprensa e âncoras, por exemplo, elas ainda são minoria no jornalismo brasileiro. A representação é de 36,98% do mercado de imprensa no país, de acordo com dados de 2019 da plataforma Workr, do Comunique-se.

Atualmente, 15.654 mulheres jornalistas ocupam cargos na área no Brasil, enquanto são 26.678 homens empregados no Jornalismo.


TV é a mídia que mais tem mulheres

Ainda de acordo com os dados do Comunique-se, em que foram mapeados cargos de apresentadores, repórteres e diretores de redação, das mídias de comunicação, a TV é a única em que as mulheres ocupam metade dos campos disponíveis no trabalho.

Os homens nesta área totalizam 4.007, enquanto as mulheres são em 4.040, sejam em canais abertos ou fechados.

Enquanto isso, no rádio, são 11.182 jornalistas homens e 2.284 jornalistas mulheres (20,5% no total).

O meio online é o que mais emprega mulheres, depois da TV

Depois da TV, o Jornalismo online é o que mais emprega mulheres no Brasil, considerando números absolutos. O Comunique-se destacou, em levantamento, que a representação feminina neste espaço é de 42,46%, com 3.838 mulheres. Os jornalistas homens somam 5.202.

No entanto, proporcionalmente falando, as revistas são as que seguem com maior número de participação de jornalistas femininas, após a TV. São 1.736 homens e 1.631 mulheres, no total de 3.366 jornalistas, ou seja, a participação feminina é de 48,46%.

Agências de notícias representam equilíbrio

O Comunique-se ainda trouxe um dado positivo: as agências de notícia representam equilíbrio de gênero, pois são 276 mulheres e 303 homens na ocupação (47,67%).

Já nos jornais, a divisão é um pouco diferente. São 4.962 homens e 3.117 mulheres (38,58%).

Mulheres empresárias e executivas são menos de um terço

Os dados do Comunique-se também mostraram que as mulheres empresárias e executivas no Jornalismo são menos de um terço. Mulheres em cargos de diretora, diretora de redação, editora-executiva, editora-chefe, redatora-chefe, presidente e vice-presidente são minoria.

Nos postos de liderança, elas representam somente 32,18%. Os homens contabilizam 4.716, enquanto as mulheres representam 2.238.

As proprietárias de agências de comunicação também são poucas: 215 mulheres, em comparação com 645 homens.


Desafios da mulher no Jornalismo

Dentre os desafios da mulher no Jornalismo, além dos salários baixos, da minoria em cargos altos ou até mesmo nas redações, o assédio é frequentemente visto na área.

Um estudo feito pela Gênero e Número e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, com o apoio do Google News Lab, investigou as vivências de jornalistas mulheres que atuam em 271 veículos brasileiros.

A pesquisa “Mulheres no Jornalismo Brasileiro” reuniu percepções das jornalistas e ainda mesclou análises quantitativas e qualitativas. O resultado mostrou que, em 2018, 73% das mulheres ouvidas sofreram assédio ou escutaram piadas de cunho sexual no exercício do trabalho.

Já 65,4% revelaram haver mais homens ocupando espaço no mercado.

Além disso, 86,4% das mulheres revelaram ter passado por pelo menos uma situação de discriminação de gênero no trabalho.

Enquanto isso, 83,6% das entrevistadas declararam ter sofrido pelo menos uma situação de violência psicológica.

Apesar de se enxergar grandes mulheres no Jornalismo brasileiro, como Glória Maria, Eliane Brum, Sandra Annenberg e Sônia Bridi, há ainda um caminho longo para a representação feminina no Jornalismo brasileiro. Datas como o dia do jornalista revelam a importância de levantar mais pautas para as mulheres.

 

Fonte:mundoela.uai.com.br