Por Fernando Brito, do Tijolaço
A partir de agora, para nós, brasileiros, "não vai ter Copa".
Triste, mas não humilhante como aquele inexplicável 7 a 1 de 2014, a derrota da Seleção para os belgas, fez o país voltar, segunda-feira, à vida normal e, quem sabe, se "ligar" que, em outubro, estaremos jogando algo mais importante para a população, embora as eleições cada vez mais se pareçam com as desgraças do futebol, com a marquetagem tomando conta de tudo.
Dois anos de golpe e a interferência intolerável do Judiciário na política nos afastaram da ideia de que, tanto quanto o futebol se ganha no campo, governos se conquistam nas urnas. Afinal, desde o início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, vêm sendo ganhos no "tapetão".
E mais: como depositar esperanças numa eleição onde, ao que tudo indica, o favorito será impedido de disputar e até mesmo de apoiar ativamente um substituto, reduzido ao silêncio de uma cela?
Curiosamente, é também por isso que nenhum candidato decola. Como disputar com Sérgio Moro, Edson Fachin e outras togas o papel de anti-Lula?
Como vai se portar o povo brasileiro diante desta eleição onde não se escolhe?
Sobretudo, o que se passará com o povo brasileiro onde estamos proibidos de crescer, de termos empregos, de termos serviços públicos, de termos um papel no mundo que não seja o de receber carraspanas e desprezo dos EUA e dos países desenvolvidos?
Como no jogo de hoje, porém, há algo que diminui as dores da derrota: ter-se lutado.