array(31) {
["id"]=>
int(159585)
["title"]=>
string(62) "Criminosos controlam 18% da área da Grande Rio, aponta estudo"
["content"]=>
string(7350) "(FOLHAPRESS) - O Comando Vermelho foi a única organização criminosa que expandiu sua área de atuação na região metropolitana do Rio de janeiro em 2023, de acordo com um novo estudo divulgado na segunda-feira (15).
O grupo teve um crescimento de 8,4%, e agora atua em 51,9% das áreas controladas por criminosos, aponta o levantamento feito em parceria entre o Geni/UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense) e o Instituto Fogo Cruzado. A comparação é entre os dados do ano passado com os de 2022.
Já as milícias tiveram uma redução de 19,3% no período, e passaram a responder por 38,9% dos territórios controlados por grupos criminosos na Grande Rio.
A pesquisa mostrou que o Comando Vermelho controlava no ano passado uma área de 242 km². É o maior território sob seu controle desde que o levantamento foi iniciado, em 2008.
As milícias estavam em uma área de 181 km² em 2023. É a primeira vez desde 2020 que o Comando Vermelho atua em uma área maior que as milícias.
O estudo também avaliou a evolução do controle territorial armado ilegal ao longo dos últimos 15 anos na Grande Rio. O levantamento aponta que 8,8% da área construída na região metropolitana eram controlados por algum grupo criminoso em 2008. Em 2023, o percentual mais do que duplicou, passando a ser de 18,2%.
Procurada, a gestão Cláudio Castro (PL) não se manifestou até a publicação deste texto.
As áreas nas quais o Comando Vermelho mais cresceu foram a Baixada Fluminense e a região leste da metrópole -que inclui municípios como Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
As milícias perderam territórios principalmente na baixada e na zona oeste da capital. As outras duas facções ligadas ao tráfico de drogas, o TCP (Terceiro Comando Puro) e a ADA (Amigos dos Amigos), também tiveram recuos de 13% e 16,7%, respectivamente. Juntas, elas atuam em uma área de cerca de 40 km².
Conforme a Folha de S.Paulo mostrou, de acordo com investigadores, o Comando Vermelho quer criar uma espécie de "cinturão" entre a Baixada Fluminense, a zona norte e a zona oeste. Para isso, disputa as áreas antes controladas por milicianos e pelo TCP.
Atualmente há cinco grandes regiões em conflito: Barra da Tijuca, Jacarepaguá (ambos na zona oeste), Penha (na zona norte); Nova Iguaçu e Queimados (os dois na Baixada Fluminense).
A polícia afirma que Edgar Alves, o Doca, apontado como um dos chefes mais antigos do Comando vermelho, planeja desde janeiro de 2023 a expansão do grupo, após perceber um enfraquecimento da milícia que atua na região.
A reportagem não conseguiu contato com ele, que não possui advogado.
De acordo com investigadores, hoje não há diferença na forma de atuar de traficantes e milicianos -ambos cobram taxas de moradores e vendem drogas. Investigações das polícias Civil e Militar apontam, no entanto, maior envolvimento de agentes públicos com milicianos do que com traficantes.
As diferenças entre as quadrilhas, segundo a Promotoria e a Polícia Civil, estão no modo de dominar o território. A milícia utiliza o medo difuso com ameaças e não há homens com armamento pesado nos acessos, nem barricadas ou pichações com símbolos das quadrilhas. Já o tráfico coopta crianças da própria comunidade para o crime e realiza mais ações assistencialistas em suas áreas.
Embora disputas entre facções sempre tenham existido no Rio, o traçado de um "cinturão" e da expansão em definitivo ocorreu após a morte de Rodrigo Dias, o Pokémon, apontado como chefe de milícia de Rio das Pedras, em janeiro de 2023.
A região é o berço das milícias do Rio, além de ser apontado como um dos lugares que mais geram dinheiro aos criminosos. Somente com a exploração de vans, por exemplo, investigações da Draco (Delegacia de Ações Criminosas Organizadas) apontam lucro mensal de R$ 3 milhões. A prisão das lideranças milicianas também enfraqueceu o grupo, afirmam pesquisadores do Geni.
A diretora de dados e transparência do Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, afirma que o braço financeiro dos grupos deve ser combatido, assim como a corrupção de agentes públicos.
"Enquanto não houver política pública voltada para desarticulação efetiva das redes econômicas que sustentam os grupos armados e para proteção de funcionários públicos que prestam serviços essenciais em todos os bairros do Grande Rio, conviveremos com essa oscilação onde um ano a milícia cresce mais e no outro CV [Comando Vermelho] lidera", afirma a diretora de Dados e Transparência do Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto.
"
["author"]=>
string(6) "Minas1"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(614423)
["filename"]=>
string(15) "favelasriio.jpg"
["size"]=>
string(6) "573541"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(21) "iissportes/iinternas/"
}
["image_caption"]=>
string(11) " © Reuters"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(106) "A pesquisa mostrou que o Comando Vermelho controlava no ano passado uma área de 242 km²
"
["author_slug"]=>
string(6) "minas1"
["views"]=>
int(56)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(true)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(59) "criminosos-controlam-18-da-area-da-grande-rio-aponta-estudo"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(460)
["name"]=>
string(6) "Brasil"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(6) "brasil"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(460)
["name"]=>
string(6) "Brasil"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(6) "brasil"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-04-16 15:50:46.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-04-16 16:07:45.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2024-04-16T15:50:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(36) "iissportes/iinternas/favelasriio.jpg"
}
(FOLHAPRESS) - O Comando Vermelho foi a única organização criminosa que expandiu sua área de atuação na região metropolitana do Rio de janeiro em 2023, de acordo com um novo estudo divulgado na segunda-feira (15).
O grupo teve um crescimento de 8,4%, e agora atua em 51,9% das áreas controladas por criminosos, aponta o levantamento feito em parceria entre o Geni/UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense) e o Instituto Fogo Cruzado. A comparação é entre os dados do ano passado com os de 2022.
Já as milícias tiveram uma redução de 19,3% no período, e passaram a responder por 38,9% dos territórios controlados por grupos criminosos na Grande Rio.
A pesquisa mostrou que o Comando Vermelho controlava no ano passado uma área de 242 km². É o maior território sob seu controle desde que o levantamento foi iniciado, em 2008.
As milícias estavam em uma área de 181 km² em 2023. É a primeira vez desde 2020 que o Comando Vermelho atua em uma área maior que as milícias.
O estudo também avaliou a evolução do controle territorial armado ilegal ao longo dos últimos 15 anos na Grande Rio. O levantamento aponta que 8,8% da área construída na região metropolitana eram controlados por algum grupo criminoso em 2008. Em 2023, o percentual mais do que duplicou, passando a ser de 18,2%.
Procurada, a gestão Cláudio Castro (PL) não se manifestou até a publicação deste texto.
As áreas nas quais o Comando Vermelho mais cresceu foram a Baixada Fluminense e a região leste da metrópole -que inclui municípios como Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
As milícias perderam territórios principalmente na baixada e na zona oeste da capital. As outras duas facções ligadas ao tráfico de drogas, o TCP (Terceiro Comando Puro) e a ADA (Amigos dos Amigos), também tiveram recuos de 13% e 16,7%, respectivamente. Juntas, elas atuam em uma área de cerca de 40 km².
Conforme a Folha de S.Paulo mostrou, de acordo com investigadores, o Comando Vermelho quer criar uma espécie de "cinturão" entre a Baixada Fluminense, a zona norte e a zona oeste. Para isso, disputa as áreas antes controladas por milicianos e pelo TCP.
Atualmente há cinco grandes regiões em conflito: Barra da Tijuca, Jacarepaguá (ambos na zona oeste), Penha (na zona norte); Nova Iguaçu e Queimados (os dois na Baixada Fluminense).
A polícia afirma que Edgar Alves, o Doca, apontado como um dos chefes mais antigos do Comando vermelho, planeja desde janeiro de 2023 a expansão do grupo, após perceber um enfraquecimento da milícia que atua na região.
A reportagem não conseguiu contato com ele, que não possui advogado.
De acordo com investigadores, hoje não há diferença na forma de atuar de traficantes e milicianos -ambos cobram taxas de moradores e vendem drogas. Investigações das polícias Civil e Militar apontam, no entanto, maior envolvimento de agentes públicos com milicianos do que com traficantes.
As diferenças entre as quadrilhas, segundo a Promotoria e a Polícia Civil, estão no modo de dominar o território. A milícia utiliza o medo difuso com ameaças e não há homens com armamento pesado nos acessos, nem barricadas ou pichações com símbolos das quadrilhas. Já o tráfico coopta crianças da própria comunidade para o crime e realiza mais ações assistencialistas em suas áreas.
Embora disputas entre facções sempre tenham existido no Rio, o traçado de um "cinturão" e da expansão em definitivo ocorreu após a morte de Rodrigo Dias, o Pokémon, apontado como chefe de milícia de Rio das Pedras, em janeiro de 2023.
A região é o berço das milícias do Rio, além de ser apontado como um dos lugares que mais geram dinheiro aos criminosos. Somente com a exploração de vans, por exemplo, investigações da Draco (Delegacia de Ações Criminosas Organizadas) apontam lucro mensal de R$ 3 milhões. A prisão das lideranças milicianas também enfraqueceu o grupo, afirmam pesquisadores do Geni.
A diretora de dados e transparência do Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, afirma que o braço financeiro dos grupos deve ser combatido, assim como a corrupção de agentes públicos.
"Enquanto não houver política pública voltada para desarticulação efetiva das redes econômicas que sustentam os grupos armados e para proteção de funcionários públicos que prestam serviços essenciais em todos os bairros do Grande Rio, conviveremos com essa oscilação onde um ano a milícia cresce mais e no outro CV [Comando Vermelho] lidera", afirma a diretora de Dados e Transparência do Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto.