Brasil247 - A criação de uma fundação privada para gerir os R$ 2,5 bilhões em multas pagas pela Petrobrás decorrentes da Operação Lava Jato pelos procuradores da força-tarefa que integram a operação provocou um racha sem precedentes do Ministério Público Federal (MPF). Revoltados com o que consideram uma ingerência interna da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, os procuradores do MF dizem que ela perdeu as condições de ser reconduzida ao cargo por meio da lista tríplice e vários deles pediram exoneração de cargos de comando.
De acordo com o jornal O Globo, na última semana os dois procuradores responsáveis pelo setor de perícias do MPF entregaram seus cargos. Os procuradores Pablo Coutinho Barreto e Vitor Souza Cunha chefiavam a Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (SPPEA), cujas atribuições envolvem a análise de documentos e materiais relativos à Operação Lava Jato.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também criticou a atuação de Dodge por meio de nota e informou que deverá abrir uma ação para defender os procuradores de um processo aberto por determinação junto à corregedoria. Para os procuradores, Dodge teria conseguido agradar a classe política, mas desagradado os membros do MPF, o que levou ao seu isolamento.