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O autismo não é uma doença, mas sim uma condição que faz parte da diversidade humana. Os exemplos de pessoas famosas aqui mostradas mostram que pessoas autistas podem alcançar grandes conquistas quando recebem apoio e compreensão.
O autismo não é uma doença, mas sim uma condição que faz parte da diversidade humana. Os exemplos de pessoas famosas aqui mostradas mostram que pessoas autistas podem alcançar grandes conquistas quando recebem apoio e compreensão.
crédito: Imagem Freepik
Pela primeira vez, um Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu perguntas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Durante o questionário da amostra, o informante declarava se os moradores do domicílio já tinham sido diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (23/5), revelam que o Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de TEA, o equivalente a 1,2% da população.
O "Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista - Resultados preliminares da amostra", apontou que a prevalência foi maior entre os homens (1,4 milhão) do que entre as mulheres (1 milhão).
Autismo é maior entre crianças e adolescentes
Já entre os grupos etários, o de maior prevalência foi o de 5 a 9 anos (2,6%), seguido do grupo de 0 e 4 anos de idade (2,1%). Entre 10 e 14 anos: 1,9%, e entre 15 e 19 anos, 1,3%. Esses percentuais representam, ao todo, 1,1 milhão de pessoas de 0 a 14 anos com autismo. Nos demais grupos etários, os percentuais oscilaram entre 0,8% e 1,0%.
O estudo também revelou que entre crianças de 0 a 9 anos, a incidência é maior em meninos. Na faixa etária de 0 a 4 anos, 2,9% dos diagnosticados eram meninos, enquanto 1,2% eram meninas. Já o grupo de 5 a 9 anos, 3,8% eram do sexo masculino, o que representa 264,6 mil indivíduos, já entre o sexo feminino a porcentagem é de 1,3%, totalizando 86,3 mil pessoas.
"Quando ele foi diagnosticado, com 4 anos e meio, foi doloroso. Eu sabia que dentro de casa ele ia ser acolhido, mas temia como meu filho ia ser tratado pela sociedade", conta Leidy Daniela Ávila, que é imigrante venezuelana e mãe do Alfonso Luís Vargas Mantini, de 9 anos, que é surdo e autista.
Mãe de dois filhos, a engenheira ambiental conta que acompanha de perto o desenvolvimento de Alfonso, que é estudante da rede pública municipal. "No início foi difícil, eles me ligavam todo dia dizendo que ele estava chorando. Hoje a escola já é a segunda casa dele”, explica a mãe.
Segundo ela, o filho aprendeu a socializar na escola. “Alfonso disse ‘eu te amo’ pela primeira vez para a profissional de apoio que o acompanha. Além disso, os colegas de sala têm tanto carinho com meu filho. Tudo isso faz ele se sentir ainda mais confiante para se expressar e ser quem ele é sem medo", destaca.
Taxa de escolarização
A taxa de escolarização da população com autismo (36,9%) foi superior à observada na população geral (24,3%). Essa diferença foi mais expressiva entre os homens: 44,2% dos homens com autismo estavam estudando, frente a 24,7% do total, quase o dobro dos homens com autismo estão na escola, em comparação com a média de todos os homens no Brasil. Entre as mulheres, a taxa de escolarização foi 26,9% entre aquelas com autismo, ante 24% no total.
"Tal diferença se dá pela maior concentração da população com autismo nas idades mais jovens, principalmente entre as idades de 6 a 14 anos, que possuem altas taxas de escolarização e concentram mais da metade da população de estudantes com autismo", explica Raphael Alves, membro da equipe técnica temática de pessoas com deficiência e pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista do Censo Demográfico.
Para a população total por idade, destacaram-se os grupos de 18 a 25 anos, onde a taxa de escolarização entre pessoas com autismo superou a da população geral. 18 a 24 anos (30,4% para autistas e 27,7% para o total) e 25 anos ou mais (8,3% e 6,1%, respectivamente). Isso sugere que pessoas com autismo permanecem mais tempo na escola ou voltam a estudar com mais frequência que a média — talvez por fazerem trajetórias educacionais mais longas, com mais tempo para concluir os estudos ou se adaptarem melhor ao seu ritmo, de acordo com o IBGE.
Recorte por cor ou raça dos estudantes
O censo apontou 347,8 mil estudantes brancos, 344,4 mil pardos, 62,6 mil pretos, 3,5 mil indígenas e 2,4 mil amarelos com diagnóstico de autismo.
A maior diferença foi registrada entre as taxas de escolarização das pessoas de cor ou raça branca: 37,4% para as pessoas com autismo, frente a 23,5% para a população branca total, ou seja, uma razão de 1,6 vezes. No grupo pardo, a taxa de escolarização das pessoas com autismo (37,7%) também superou de forma expressiva a média do total de pardos (25,9%). Já entre os estudantes indígenas, a diferença foi menor: 36,0% entre os com autismo, contra 34,3% no total.
Pessoas com autismo têm menos escolaridade do que a população geral?
A distribuição percentual das pessoas de 25 anos ou mais de idade segundo o nível de instrução indicou que 46,1% das pessoas com diagnóstico de autismo estavam no grupo sem instrução e fundamental incompleto, enquanto que, na população geral, esse percentual era de 35,2%. Ou seja, quase metade dos adultos autistas têm baixa escolaridade, um percentual bem maior que o da média geral.
Para os demais níveis de instrução, os percentuais da população com autismo foram inferiores aos observados na população geral. Destaca-se o grupo com médio completo e superior incompleto, no qual 25,4% das pessoas com autismo se encontravam, frente a 32,3% da população total. Isso mostra que menos pessoas com autismo chegam ao ensino médio completo ou começam o ensino superior em comparação com o restante da população.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice
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O autismo não é uma doença, mas sim uma condição que faz parte da diversidade humana. Os exemplos de pessoas famosas aqui mostradas mostram que pessoas autistas podem alcançar grandes conquistas quando recebem apoio e compreensão.
crédito: Imagem Freepik
Pela primeira vez, um Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu perguntas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Durante o questionário da amostra, o informante declarava se os moradores do domicílio já tinham sido diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (23/5), revelam que o Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de TEA, o equivalente a 1,2% da população.
O "Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista - Resultados preliminares da amostra", apontou que a prevalência foi maior entre os homens (1,4 milhão) do que entre as mulheres (1 milhão).
Autismo é maior entre crianças e adolescentes
Já entre os grupos etários, o de maior prevalência foi o de 5 a 9 anos (2,6%), seguido do grupo de 0 e 4 anos de idade (2,1%). Entre 10 e 14 anos: 1,9%, e entre 15 e 19 anos, 1,3%. Esses percentuais representam, ao todo, 1,1 milhão de pessoas de 0 a 14 anos com autismo. Nos demais grupos etários, os percentuais oscilaram entre 0,8% e 1,0%.
O estudo também revelou que entre crianças de 0 a 9 anos, a incidência é maior em meninos. Na faixa etária de 0 a 4 anos, 2,9% dos diagnosticados eram meninos, enquanto 1,2% eram meninas. Já o grupo de 5 a 9 anos, 3,8% eram do sexo masculino, o que representa 264,6 mil indivíduos, já entre o sexo feminino a porcentagem é de 1,3%, totalizando 86,3 mil pessoas.
"Quando ele foi diagnosticado, com 4 anos e meio, foi doloroso. Eu sabia que dentro de casa ele ia ser acolhido, mas temia como meu filho ia ser tratado pela sociedade", conta Leidy Daniela Ávila, que é imigrante venezuelana e mãe do Alfonso Luís Vargas Mantini, de 9 anos, que é surdo e autista.
Mãe de dois filhos, a engenheira ambiental conta que acompanha de perto o desenvolvimento de Alfonso, que é estudante da rede pública municipal. "No início foi difícil, eles me ligavam todo dia dizendo que ele estava chorando. Hoje a escola já é a segunda casa dele”, explica a mãe.
Segundo ela, o filho aprendeu a socializar na escola. “Alfonso disse ‘eu te amo’ pela primeira vez para a profissional de apoio que o acompanha. Além disso, os colegas de sala têm tanto carinho com meu filho. Tudo isso faz ele se sentir ainda mais confiante para se expressar e ser quem ele é sem medo", destaca.
Taxa de escolarização
A taxa de escolarização da população com autismo (36,9%) foi superior à observada na população geral (24,3%). Essa diferença foi mais expressiva entre os homens: 44,2% dos homens com autismo estavam estudando, frente a 24,7% do total, quase o dobro dos homens com autismo estão na escola, em comparação com a média de todos os homens no Brasil. Entre as mulheres, a taxa de escolarização foi 26,9% entre aquelas com autismo, ante 24% no total.
"Tal diferença se dá pela maior concentração da população com autismo nas idades mais jovens, principalmente entre as idades de 6 a 14 anos, que possuem altas taxas de escolarização e concentram mais da metade da população de estudantes com autismo", explica Raphael Alves, membro da equipe técnica temática de pessoas com deficiência e pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista do Censo Demográfico.
Para a população total por idade, destacaram-se os grupos de 18 a 25 anos, onde a taxa de escolarização entre pessoas com autismo superou a da população geral. 18 a 24 anos (30,4% para autistas e 27,7% para o total) e 25 anos ou mais (8,3% e 6,1%, respectivamente). Isso sugere que pessoas com autismo permanecem mais tempo na escola ou voltam a estudar com mais frequência que a média — talvez por fazerem trajetórias educacionais mais longas, com mais tempo para concluir os estudos ou se adaptarem melhor ao seu ritmo, de acordo com o IBGE.
Recorte por cor ou raça dos estudantes
O censo apontou 347,8 mil estudantes brancos, 344,4 mil pardos, 62,6 mil pretos, 3,5 mil indígenas e 2,4 mil amarelos com diagnóstico de autismo.
A maior diferença foi registrada entre as taxas de escolarização das pessoas de cor ou raça branca: 37,4% para as pessoas com autismo, frente a 23,5% para a população branca total, ou seja, uma razão de 1,6 vezes. No grupo pardo, a taxa de escolarização das pessoas com autismo (37,7%) também superou de forma expressiva a média do total de pardos (25,9%). Já entre os estudantes indígenas, a diferença foi menor: 36,0% entre os com autismo, contra 34,3% no total.
Pessoas com autismo têm menos escolaridade do que a população geral?
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