O Brasil ultrapassou neste sábado (16) a marca de 15 mil mortos por COVID-19, a doença ligada ao novo coronavírus. São 816 óbitos a mais que o somatório de sexta, o que totaliza 15.633 vidas perdidas pela doença. 


Os casos confirmados aumentaram em 14.919 e saltaram para 233.142. Os dados são do boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no início da noite. 

Em apenas uma semana, o Brasil registrou cerca de 5 mil mortes, já que no último sábado (9) o país havia batido a marca de 10 mil vidas perdidas por COVID-19.  
 
Vale ressaltar que nem todos esses óbitos aconteceram nesse período de tempo, mas que se tornaram oficiais no intervalo de sete dias. 
 
Quanto aos estados, três registram mais de 1 mil óbitos de sexta para sábado: São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. No estado governado por João Doria, o aumento foi de 187 vidas perdidas: de 4.051 para 4.688. 
 

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Mortes cresceram em 5 mil em apenas uma semana no Brasil(foto: Nelson Almeida/AFP)

 

 
Já no estado fluminense, o acréscimo foi de 176 mortes: de 2.438 para 2.614. Enquanto no Ceará os óbitos pularam de 1.476 para 1.614, novos 138. 
 
Em Minas Gerais, os dados do Ministério da Saúde acompanham o informado na manhã de sábado pelo governo estadual: 4.474 diagnósticos e 150 mortes.   
  
A taxa de letalidade, isto é, a proporção dos infectados pelo vírus que morrem, continua em 6,8%. São 7,1 vidas perdidas por 100 mil habitantes no Brasil (taxa de mortalidade).  
 
Esses dois indicadores são puxados para cima sobretudo pelos dados da Região Norte do país, que computa uma taxa de mortalidade de 15 por 100 mil pessoas e uma incidência de 219,6 diagnósticos por 100 mil.  
 
Europeus para trás 
 

Em número de casos, o país ultrapassou neste sábado o total computado na Itália e na Espanha. Esses países europeus, onde a pandemia também se abateu fortemente, computam 223.885 e 230.183 diagnósticos, respectivamente, conforme o último boletim da Organização Mundial da Saúde.
 
Com isso, apenas três países em todo o mundo já registraram mais casos confirmados que o Brasil: Estados Unidos (1,3 milhão), Rússia (272 mil) e Reino Unido (236 mil).  
 
Em total de mortes, EUA, Reino Unido, Espanha, Itália e França ainda somam mais que o Brasil.  
 
As marcas são alcançadas um dia depois do oncologista Nelson Teich pedir demissão do Ministério da Saúde. O médico chefiou a pasta por menos de um mês e protagonizou, assim como seu antecessor Luiz Henrique Mandetta, discordâncias da abordagem dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à pandemia.  
 
O presidente tem defendido o isolamento vertical: quarentena apenas para pessoas que fazem parte do grupo de risco. A estratégia, porém, é rebatida por especialistas de saúde, que indicam o isolamento para toda a população.

Bolsonaro também tem adotado discursos a favor do uso da cloroquina no combate aos doentes por COVID-19, mas o fármaco usado para o tratamento da malária e doenças auto-imunes não tem eficácia comprovada contra o coronavírus.

 

Além disso, pode trazer outros riscos aos enfermos, inclusive no coração. Esse último imbróglio foi o principal motivador da queda de Nelson Teich.