O Brasil alcançou nesta quinta-feira (29) a triste e escandalosa marca de 400 mil mortos pela Covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

 
Foram registradas nas últimas 24 horas 3.001 mortes pela doença, totalizando 401.186 vítimas fatais. Também no último dia foram contabilizados 69.389 novos casos da enfermidade, totalizando 14.590.678 casos.

De acordo com medição da Universidade Johns Hopkins, o Brasil é o segundo país com mais óbitos registrados em decorrência do coronavírus, ficando somente atrás dos Estados Unidos, que têm cerca de 575 mil mortes. Por lá, no entanto, a vacinação caminha a passos largos: 42% da população já foi vacinada.


No Brasil, onde somente 14,52% da população recebeu ao menos a primeira dose de imunizante contra o coronavírus, municípios suspendem a vacinação em meio ao "apagão" de doses. Por outro lado, o Ministério da Saúde comunicou na quarta-feira (28) ter "encontrado" 100 mil doses da CoronaVac em estoque.

Diante das recorrentes falhas na distribuição de vacinas, especialistas apontam para a culpa do governo Jair Bolsonaro pelo caos da pandemia no país. O mais recente deles, o médico oncologista Drauzio Varella: "quem é que tinha que coordenar todo o esforço de combate à epidemia? Era o Ministério da Saúde. Quem nomeou os ministros da Saúde? Foi ele [Jair Bolsonaro]. Então, ele é o maior responsável, não há como fugir dessa responsabilidade".


Justamente para apurar responsabilidades sobre a pandemia, a CPI da Covid foi instalada nesta semana no Senado Federal. O presidente da comissão, o senador Omar Aziz (MDB-AM), promete que a investigação não acabará "em pizza". Na sessão desta quinta-feira, os senadores aprovaram os primeiros requerimentos para dar início à apuração, dentre eles a convocação dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, além do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, também será chamado para prestar esclarecimentos.

A Anvisa atraiu ainda mais olhares após ter, na segunda-feira (26), ter negado autorização para importação da Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19. A decisão é polêmica e até agora rende repercussões entre os que defendem o possível posicionamento técnico da agência e os que chegam a classificar a resposta do órgão como "absurda".