AMAZÔNIA
O número de focos de incêndio até o dia 1º de setembro deste ano é o recorde dos últimos nove anos, com 91.891 pontos de fogo –mais de 50% dos focos são na Amazônia. Na última década, somente 2010 teve um ano pior em queimadas. O mês de agosto, acompanhando o número geral, também é o pior da década, com 30.901 focos –novamente, só superado por 2010.
No ranking de períodos com mais queimadas, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), à frente de 2019 só se encontram anos da década passada, quando os níveis de desmatamento na Amazônia eram elevados.
O ano de 2005 lidera o ranking, com pouco mais de 151 mil focos de incêndio. Nesse ano, o desmatamento alcançou 19.000 km². Logo à frente de 2019 está 2006, com 98 mil pontos de fogo e mais de 14.000 km² de desmate no ano.
Em relção ao mesmo período do ano passado, 2019 teve (até 1º de setembro) aumento de 67% nos focos de queimadas. Se considerada sozinha, a Amazônia teve aumento de cerca de 107% em relação a 2018 no período.
Enquanto isso, o mês de agosto teve um aumento do número de queimadas de cerca de 196% em relação ao mesmo mês de 2018.
Na última quinta (26), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou que as queimadas na Amazônia estão sob controle. "A situação não é simples, mas ela está sob controle e já arrefecendo bem", afirmou, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro e com os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Sergio Moro (Justiça), general Heleno (Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
No primeiro dia de setembro, os dados do Inpe já mostram 980 focos de incêndio ativos –em 2018 eram 880.
As queimadas na Amazônia e a reação do governo Bolsonaro a elas criaram uma crise internacional de imagem do país. Enquanto o presidente brasileiro, sem provas, acusava ONGs de poderem ter participação nos incêndios, mandatários europeus demonstraram preocupação com a situação da floresta.
A situação mais intensa aconteceu entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e Bolsonaro.
O presidente brasileiro seguidamente questionou as falas de Macron sobre a situação amazônica –e também suas intenções quanto à Amazônia– e chegou a ofender, via redes sociais, a primeira-dama francesa.
A França, por sua vez, afirmou que Bolsonaro mentiu ao assumir compromissos em defesa do ambiente na cúpula do G20 (grupo das economias mais desenvolvidas).
Em meio à crise das queimadas, multinacionais começaram a reagir ao assunto, com a possibilidade de boicote do setor privado a produtos brasileiros.
A VF Corporation, por exemplo, dos EUA, anunciou que 18 de suas marcas –como Kipling, Timberland e Vans– suspenderiam a compra de couro brasileiro após notícias que relacionavam os incêndios na floresta ao agronegócio.
No Brasil, o governo tenta controlar a situação. Para isso, Bolsonaro assinou, no último dia 23, um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que autoriza uso das Forças Armadas para combater os incêndios. O decreto tem validade de um mês –vai até 24 de setembro.
Nove ministros de Bolsonaro também irão a Belém (PA) e Manuas (AM) para discutir com governadores da Amazônia Legal a onda de queimadas na região.
Além disso, também há ajuda internacional para o bioma. Na última semana, Bolsonaro afirmou que o Serviço Europeu de Ação Externa foi acionado para avaliar o quadro de queimadas na América do Sul, incluindo a floresta amazônica, informação que foi repassada ao presidente brasileiro pela chanceler alemã Angela Merkel.
Até agosto, Brasil tem maior número de incêndios desde 2010
array(31) { ["id"]=> int(110415) ["title"]=> string(62) "Até agosto, Brasil tem maior número de incêndios desde 2010" ["content"]=> string(4744) "AMAZÔNIA
" ["author"]=> string(11) " FolhaPress" ["user"]=> NULL ["image"]=> array(6) { ["id"]=> int(555814) ["filename"]=> string(14) "fogonamata.jpg" ["size"]=> string(6) "108793" ["mime_type"]=> string(10) "image/jpeg" ["anchor"]=> NULL ["path"]=> string(9) "politica/" } ["image_caption"]=> string(23) "Foto: Carl de Souza/AFP" ["categories_posts"]=> NULL ["tags_posts"]=> array(0) { } ["active"]=> bool(true) ["description"]=> string(0) "" ["author_slug"]=> string(10) "folhapress" ["views"]=> int(168) ["images"]=> NULL ["alternative_title"]=> string(0) "" ["featured"]=> bool(false) ["position"]=> int(0) ["featured_position"]=> int(0) ["users"]=> NULL ["groups"]=> NULL ["author_image"]=> NULL ["thumbnail"]=> NULL ["slug"]=> string(58) "ate-agosto-brasil-tem-maior-numero-de-incendios-desde-2010" ["categories"]=> array(1) { [0]=> array(9) { ["id"]=> int(460) ["name"]=> string(6) "Brasil" ["description"]=> NULL ["image"]=> NULL ["color"]=> string(0) "" ["active"]=> bool(true) ["category_modules"]=> NULL ["category_models"]=> NULL ["slug"]=> string(6) "brasil" } } ["category"]=> array(9) { ["id"]=> int(460) ["name"]=> string(6) "Brasil" ["description"]=> NULL ["image"]=> NULL ["color"]=> string(0) "" ["active"]=> bool(true) ["category_modules"]=> NULL ["category_models"]=> NULL ["slug"]=> string(6) "brasil" } ["tags"]=> NULL ["created_at"]=> object(DateTime)#539 (3) { ["date"]=> string(26) "2019-09-02 18:09:36.000000" ["timezone_type"]=> int(3) ["timezone"]=> string(13) "America/Bahia" } ["updated_at"]=> object(DateTime)#546 (3) { ["date"]=> string(26) "2019-09-02 18:11:15.000000" ["timezone_type"]=> int(3) ["timezone"]=> string(13) "America/Bahia" } ["published_at"]=> string(25) "2019-09-02T17:40:00-03:00" ["group_permissions"]=> array(4) { [0]=> int(1) [1]=> int(4) [2]=> int(2) [3]=> int(3) } ["image_path"]=> string(23) "politica/fogonamata.jpg" }
O número de focos de incêndio até o dia 1º de setembro deste ano é o recorde dos últimos nove anos, com 91.891 pontos de fogo –mais de 50% dos focos são na Amazônia. Na última década, somente 2010 teve um ano pior em queimadas. O mês de agosto, acompanhando o número geral, também é o pior da década, com 30.901 focos –novamente, só superado por 2010.
No ranking de períodos com mais queimadas, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), à frente de 2019 só se encontram anos da década passada, quando os níveis de desmatamento na Amazônia eram elevados.
O ano de 2005 lidera o ranking, com pouco mais de 151 mil focos de incêndio. Nesse ano, o desmatamento alcançou 19.000 km². Logo à frente de 2019 está 2006, com 98 mil pontos de fogo e mais de 14.000 km² de desmate no ano.
Em relção ao mesmo período do ano passado, 2019 teve (até 1º de setembro) aumento de 67% nos focos de queimadas. Se considerada sozinha, a Amazônia teve aumento de cerca de 107% em relação a 2018 no período.
Enquanto isso, o mês de agosto teve um aumento do número de queimadas de cerca de 196% em relação ao mesmo mês de 2018.
Na última quinta (26), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou que as queimadas na Amazônia estão sob controle. "A situação não é simples, mas ela está sob controle e já arrefecendo bem", afirmou, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro e com os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Sergio Moro (Justiça), general Heleno (Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
No primeiro dia de setembro, os dados do Inpe já mostram 980 focos de incêndio ativos –em 2018 eram 880.
As queimadas na Amazônia e a reação do governo Bolsonaro a elas criaram uma crise internacional de imagem do país. Enquanto o presidente brasileiro, sem provas, acusava ONGs de poderem ter participação nos incêndios, mandatários europeus demonstraram preocupação com a situação da floresta.
A situação mais intensa aconteceu entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e Bolsonaro.
O presidente brasileiro seguidamente questionou as falas de Macron sobre a situação amazônica –e também suas intenções quanto à Amazônia– e chegou a ofender, via redes sociais, a primeira-dama francesa.
A França, por sua vez, afirmou que Bolsonaro mentiu ao assumir compromissos em defesa do ambiente na cúpula do G20 (grupo das economias mais desenvolvidas).
Em meio à crise das queimadas, multinacionais começaram a reagir ao assunto, com a possibilidade de boicote do setor privado a produtos brasileiros.
A VF Corporation, por exemplo, dos EUA, anunciou que 18 de suas marcas –como Kipling, Timberland e Vans– suspenderiam a compra de couro brasileiro após notícias que relacionavam os incêndios na floresta ao agronegócio.
No Brasil, o governo tenta controlar a situação. Para isso, Bolsonaro assinou, no último dia 23, um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que autoriza uso das Forças Armadas para combater os incêndios. O decreto tem validade de um mês –vai até 24 de setembro.
Nove ministros de Bolsonaro também irão a Belém (PA) e Manuas (AM) para discutir com governadores da Amazônia Legal a onda de queimadas na região.
Além disso, também há ajuda internacional para o bioma. Na última semana, Bolsonaro afirmou que o Serviço Europeu de Ação Externa foi acionado para avaliar o quadro de queimadas na América do Sul, incluindo a floresta amazônica, informação que foi repassada ao presidente brasileiro pela chanceler alemã Angela Merkel.