Jorge Alexandre

Se havia dúvida, ela se foi. Definitivamente, vivemos em um estado de exceção e a prisão do ex-presidente Lula é a melhor prova disso! Elenquemos alguns elementos arbitrários do processo que foi imposto ao ex-presidente até sua prisão:


1 - O juiz Moro, em uma ação que ele mesmo reconheceu ilegal, gravou conversas da então presidenta Dilma com o ex-presidente Lula e as divulgou.


2 - O mesmo juiz determinou a ilegal condução coercitiva do ex-presidente.


3 - O MPF fez um PowerPoint claramente injurioso para acusar o ex-presidente Lula (se ele era o grande chefe da quadrilha que agia contra a Petrobrás, por que seus supostos subordinados na organização criminosa tinham milhões de dólares em paraísos fiscais e ele não?).

4 -A peça acusatória do MPF não trouxe nenhuma prova contra o ex-presidente.


5 - Após um julgamento que ocorreu com velocidade atípica, o ex-presidente é condenado sem provas, na primeira instância.


6 - Na segunda instância, o julgamento ocorre com uma velocidade ainda mais atípica, passando na frente de uma enorme quantidade de processos, com o claro intuito de impedir a candidatura do ex-presidente Lula, um movimento inegavelmente político.


7 - A presidenta do STF manobrou para que o ex-presidente fosse preso após condenação em segunda instância. Primeiramente, não aceitou pautar as ADCs sobre o assunto, algo que deveria ter ocorrido muito antes do julgamento do ex-presidente na segunda instância. Depois, promoveu um julgamento focado na capa ao colocar o habeas corpus para o plenário.


8 - O comandante do exército ameaçou o STF com um golpe militar, caso o habeas corpus fosse aceito.


9 - No julgamento do habeas corpus, a ministra Rosa Weber proferiu um dos votos mais confusos da história do STF. Voto que privilegiou a parcialidade política.


10 - Apesar de tanto o pleno do STF quanto o presidente do TRF-4 terem deixado claro que a prisão do ex-presidente Lula só poderia ocorrer após os últimos recursos, a nona turma do TRF-4 autorizou o juiz Moro a emitir prematuramente o mandado de prisão, instrumento no qual fez questão de incluir clara reprimenda ao próprio STF, mostrando que, definitivamente, percebe a si próprio como o dono do Brasil.

Até quando a elite nacional vai manter o título de propriedade do país nas mãos do juiz Moro é algo ainda insabido. Uma coisa, porém, é fato, o ex-presidente Lula - hoje um preso político - mostrou que, se as regras do jogo são da política, nisso ele é insuperável e brindou o país com um dos mais extraordinários espetáculos de congregação popular de sua história!

P.S.: A recente prisão de Jesús Santrich, na Colômbia, após suspeitíssima ação da DEA americana, parece indicar que Tio Sam quer mesmo aniquilar a esquerda democrática na América Latina!