É um dever moral de todas as forças políticas que, minimamente, prezam a democracia, repudiar com veemência o atentado ao acampamento Marisa Letícia em Curitiba e ingressar em um amplo movimento contra o fascismo no Brasil.
Porque o fascismo sai caro. Não à toa, Portugal comemorou nessa semana 44 anos da Revolução dos Cravos, que derrotou o fascismo, em nome da liberdade e do respeito à diversidade de ideias.
O Brasil já está sendo muito prejudicado pelo aumento da intolerância e do ódio. Anteontem, mataram Anderson Gomes e Marielle Franco pelo que ela pensava e agia politicamente. Ontem, atentado à caravana de Lula, com tiros em um dos ônibus. Hoje, mais tiros, de madrugada, em pessoas absolutamente indefesas. Isso tudo na frente da Polícia, onde, imagino, muitos deviam se sentir um pouco mais seguros. Um ataque covarde e inaceitável.
E, o pior de tudo: as injustiças e a violência no Brasil não se limitam à esfera política. No cotidiano, milhares de jovens morrem a cada semana e a grande maioria é de negros. O Estado brasileiro também carrega vícios preconceituosos e patrimonialistas, e quem paga a conta disso, historicamente, é o povo mais pobre.
E foi para esse povo que Lula governou, e por isso o atacam. Lula derrotou a direita do Brasil no voto, falando a língua do povo. Decidiram então acabar com a democracia brasileira e alimentar o monstro do ódio e da intolerância. Cabe aos democratas denunciar, resistir e combater o fascismo.