*Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

O autor da facada em foi enquadrado, pela Polícia Federal, no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional, por “praticar atentado pessoal por inconformismo político”. Pode pegar 20 anos de cana. Afasta-se desde já, portanto, qualquer hipótese de conspiração de caráter ideológico, partidário ou de candidato contra candidato.

Esse fato esvazia a possibilidade de o incidente tomar as proporções dos atentados da rua Toneleros, de 1954, que resultou no suicídio de Getúlio Vargas e o de João Pessoa, em 1930, que derrubou Washington Luís.

Em 54, morto o major Vaz e ferido Carlos Lacerda, Getúlio foi apontado como suspeito. Em 1930, assassinado João Pessoa, os dedos se voltaram contra Washington Luís.

Aqui, não. O sujeito que tentou matar Bolsonaro é um lobo solitário, como há muitos por aí, querendo se vingar da humanidade ou ganhar notoriedade. Matar celebridades é o sonho de muitas cabeças doentes.

O homicida frustrado não tem ligações com grupos de qualquer natureza. Era um anônimo. O único fato estranho em seu perfil foi ter sido visto no mesmo clube de tiro frequentado por filhos de Bolsonaro.

Um grande amigo meu, o Pacote, certa vez revelou fazer parte de um grupo de jornalistas criado por Yoko Ono com o propósito de apagar o nome do assassino de John Lennon da história. Exatamente para evitar que se tornasse célebre.

Proponho o mesmo pacto em relação ao pobre diabo que esfaqueou Bolsonaro.