Constituição defendia o trabalho duplo, cuidar do lar e profissional, por conta disso o direito da aposentadoria anterior aos homens


As transformações da aposentadoria para as mulheres no futuro é um debate recorrente após as previstas mudanças que podem ocorrer na Previdência Social. Caso sejam aprovadas as novas medidas em fevereiro, a idade mínima de aposentadoria será a mesma para ambos os sexos de 65 anos.

Segundo a pesquisa realizada pelo portal Trocando Fraldas com mais de 16 mil usuários (15 mil mulheres) 3 em cada 5 pessoas se sentem negativamente afetadas. O questionário com respostas da população de diversos estados brasileiros ainda ressalta que 48% dos participantes mudariam o planejamento familiar no passado se soubesse da possível reforma da Previdência.

Por que as mulheres serão as mais afetadas?

A Constituição de 1988 antecipa a aposentadoria da mulher em relação aos homens levando em conta que a mulher (mãe que constitui família) possui além das tarefas profissionais externas os afazeres domésticos e cuidados com os filhos. A própria Previdência Social defendeu o direito as mulheres diante do cenário.

Embora atualmente homens contribuam com os afazeres domésticos e ajudam a cuidar das crianças, sabemos que essa mudança comportamental cresce, mas não é predominante em boa parte das famílias. A mulher que trabalha fora e tem filhos, acaba ainda obtendo mais compromissos e obrigações.

No entanto, o argumento atual da Previdência é que além de trazer igualdade aos gêneros, visto que a mulher vive mais, recebe o benefício por mais tempo e ainda contribui menos.

Mudanças e impactos sociais

Se por um lado existem argumentos que defendem as desvantagens da reforma na Previdência Social, por outro, há quem acredita que são medidas que visam a igualdade de gênero que inclusive as mulheres ainda lutam. No entanto, no cenário em que vivemos existe a luta pela igualdade, inclusive de salários, as mulheres ainda ganham 23% menos se comparado com o dos homens.

Protestantes contra essa reforma acreditam que retirar a única política pública que enfrenta e enxerga a desigualdade de gênero no âmbito profissional não é uma solução. O país ainda necessita de uma série de transformações sociais para que essa igualdade defendida pela previdência seja justa.

O que vai mudar com a reforma da previdência?

A ideia de trabalhar por um tempo e aguardar a aposentadoria para descansar não vai mais existir após a aprovação da reforma. Antigamente era possível se aposentar com valores altos. Hoje o custo de vida é maior, além de quando se aposentar a preocupação é o valor que irá receber.

Após a reforma além de pensar na questão do tempo adequado para se aposentar, escolher também a melhor alternativa. Por tempo de serviço e contribuição, por exemplo, o aposentado pode sacar o saldo do FGTS, tal como os depósitos da aposentadoria, mas necessita trabalhar na mesma empresa. No entanto, essa proposta precisa ser bem avaliada, pois não é vantagem para todos os casos.

fonte: Trocando Fraldas