Quem assistiu a entrevista do Jornal Nacional com Bolsonaro na noite desta quarta (29) viu um momento histórico. Foi evidente, apesar do esforço de William Bonner e Renata Vasconcellos de procurarem fantasiar-se de jornalistas, que ali estava uma relação que vem de longe.
Antes de começar a entrevista, tudo ficou estabelecido:
William Bonner: Boa noite. Bem-vindo, candidato. Muito obrigado pela sua presença. Eu peço ao senhor que ocupe a sua cadeira. Com aquele cuidado, só porque a mesa é giratória.
Jair Bolsonaro: Isso aqui tá parecendo uma plataforma de tiro de artilharia. Então, estou confortável aqui.
E o que se viu foi um Bolsonaro confortável. Porque ele estava em casa, numa relação que vem de longe.
Há décadas assiste-se uma operação de maquiagem da emissora dos Marinho, sustentada por novelas, alguns programas de entretenimento com alcunha de "jornalismo" e campanhas de "esperança".
Mas na noite de ontem, o que sentou ao redor da "mesa giratória" foi a biografia nua e crua:
A Globo apoiou o golpe de 1964.
A Globo apoiou o AI-5.
A Globo apoiou o sistema de tortura e eliminação física dos opositores ao regime militar.
A Globo foi contra a redemocratização do país.
A Globo foi contra as Diretas.
A Globo comandou o golpe de 2016.
A Globo lidera a perseguição a Lula e ao PT.
Não foi outra a razão de a dupla Bonner-Vasconcelos, altos executivos da Globo, ter sido tão agressiva com Ciro e ter apresentado tanta dificuldade para atacar Bolsonaro, com perguntar de ar falsamente inquisitorial, verdadeiras "levantadas de bola" com acento pueril.
Bonner, Vasconcelos, Bolsonaro, Mourão e Marinho são todas pessoas e com identidade e cumplicidade que vem de longe.
Representam o ódio ao povo brasileiro.
Como dois e dois são quadro, da mesma maneira que a Globo apoiou Collor contra Lula em 1989 apoiará Bolsonaro contra Lula ou Haddad em 2018 se o PT não vencer logo no primeiro turno.