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O objetivo não poderia ser diferente: provocar estranheza e, ao mesmo tempo, mostrar que as tragédias do maior dramaturgo de todos os tempos pode dialogar com o universo oitentista. “De alguma forma este cruzamento acaba fazendo sentido”, registra Fernando Barcellos, diretor e um dos bailarinos da videodança “Tito: uma Videópera Pop do Cerrado Mineiro em Chamas”.
O resultado poderá ser conferido nesta terça, às 20h, no canal do YouTube do Coletivo Sala Vazia, de forma gratuita. “Não queremos encenar a tragédia assim como foi escrita por Shakespeare. O que buscamos é entender o que existe nela que pode ecoar no mundo contemporâneo”, salienta Barcellos, que já havia trabalhado com “Othello” e “Hamlet” nos mesmos moldes.
No caso de “Tito Andrônico”, o que chama a atenção é a abordagem da violência – de longe, a mais sanguinolenta da lavra de Shakespeare. “A ideia é não encenar literalmente ou reforçar a violência já presente na peça. Identificamos algumas violências que ainda acontecem hoje, como o abuso contra a mulher, o racismo, as disputas de poder e a banalização da própria violência”.
Na versão presencial, o espetáculo tinha 70 minutos e era dividido em cinco atos. No digital, cortaram 40 minutos e criaram uma espécie de jogo, em que o espectador escolhe, entre 600 combinações, o que quer assistir
E a força de não assinar embaixo de tamanha força bruta é inserir um universo aparentemente distinto. “Não tem bem uma receita, um modo extremamente ilustrativo de fazer isso. Ele se dá no processo de criação”, assinala Barcellos. No plano musical, os espectadores encontrarão referências a Cindy Lauper, Madonna, Michael Jackson e Whitney Houston, nomes de sucesso nos eighties. Entre os exemplos nacionais, estão Blitz, Titãs, Erva Doce Rosana.
“No campo cinematográfico, há, além de ‘Flashdance’, ‘Rocky, o Lutador’ e ‘Apocalypse Now, dois filmes que foram lançados, na verdade, na década anterior, mas que ecoaram bastante depois”, destaca o realizador, que, ao contrário do que se imagina, não viveu os anos 80. “Tenho 34 anos. Nasci no finalzinho daquela década, mas, como muita gente, carrego uma nostalgia de querer ter vivido esse tempo”.
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O resultado poderá ser conferido nesta terça, às 20h, no canal do YouTube do Coletivo Sala Vazia, de forma gratuita. “Não queremos encenar a tragédia assim como foi escrita por Shakespeare. O que buscamos é entender o que existe nela que pode ecoar no mundo contemporâneo”, salienta Barcellos, que já havia trabalhado com “Othello” e “Hamlet” nos mesmos moldes.
No caso de “Tito Andrônico”, o que chama a atenção é a abordagem da violência – de longe, a mais sanguinolenta da lavra de Shakespeare. “A ideia é não encenar literalmente ou reforçar a violência já presente na peça. Identificamos algumas violências que ainda acontecem hoje, como o abuso contra a mulher, o racismo, as disputas de poder e a banalização da própria violência”.
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